A HORA DE FALAR SOBRE SUICÍDIO É AGORA!
Por ser um tabu, existem limitações para abordar o tema. Precisamos falar sobre suicídio! Pois em Biritinga nos últimos anos fomos surpreendidos por casos comoventes. A exemplo do caso na Fazenda Piabas (em fevereiro de 2016) e hoje o caso da jovem estudante (que se suicidou aqui em Biritinga/BA na manhã desta quinta-feira (31) Em respeito o blog não vai compartilhar nenhuma notícia ou informação a mais sobre esse fato) sem mencionar outros divulgados pelas redes sociais.
Qualquer pessoa pode ser acometida por pensamentos suicidas. Momentos
obscuros, de extremo sofrimento, colocam em questão se continuar a viver é
válido. Esta questão de buscar acabar com a vida não tem idade, não tem classe
social, não tem cor, tampouco sexo e formato. A morte em momentos de desmedido
sofrimento, perante o insuportável, é pensada como possibilidade única de saída.
Suicídio é o ato intencional de matar a si mesmo. Sua
causa mais comum é um transtorno mental e/ou psicológico que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de
drogas. Dificuldades financeiras e/ou emocionais também desempenham
um fator significativo.
Precisamos estar
atentos aos principais sinais, pois o comportamento
suicida não mais surge como consequência de uma doença psicológica não tratada,
como é o caso da depressão severa, síndrome do estresse pós-traumático ou
esquizofrenia, por exemplo; surge também de uma decepção ou constrangimento.
Quando se suspeita que
alguém pode estar com pensamentos suicida, o mais importante é demonstrar amor
e empatia por essa pessoa, tentando entender o que está acontecendo e
quais os sentimentos associados. Por isso, não se deve ter medo de perguntar
para a pessoa se ela está se sentindo triste, deprimida e, até se está pensando
em suicídio.
Depois, deve-se procurar ajuda de um
profissional qualificado, como um psicólogo ou psiquiatra, para tentar mostrar
à pessoa que existem outras soluções para o seu problema, que não é o suicídio.
Mais de
um milhão de pessoas cometem suicídio a cada ano, tornando-se esta a décima
causa de morte no mundo. Trata-se de uma das principais causas de morte
entre adolescentes e adultos com
menos de 35 anos de idade. No Brasil, são
registradas 10 mil mortes por ano, com uma taxa de 4,8 a cada 100 mil
habitantes, em 2008.
Depois destes dados, podemos pensar o suicídio como uma questão de saúde pública?
Especialistas na área
de saúde mental defendem que sim. E acreditam que esses números podem diminuir
se aumentarem os debates sobre o assunto.
"Falar
sobre suicídio não provoca o suicídio", diz a especialista em saúde mental
Maria Fernanda Cruz Coutinho. "Colocar a
questão em pauta na mídia, nas escolas e instituições permite que se converse
mais sobre isto. É preciso fazer circular, de modo global, informações a
pacientes, familiares e profissionais da saúde", reforça.
O psicólogo e psicanalista Eduardo Lucas defende que o
suicídio é considerado um problema de saúde pública. “É um problema de saúde
pública em decorrência do número de registros. Defendo sempre que precisamos
falar desse assunto, muitas vezes cercado de uma série de tabus que acabam maquiando
a gravidade e a seriedade do problema", destacou.
Setembro foi escolhido como mês de prevenção ao suicídio a
partir de dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). A campanha, criada pela
Associação Internacional de Prevenção do Suicídio, existe desde 2014 e entrou
na agenda nacional do Ministério da Saúde. Não há
campanhas significativas vinculadas na televisão, como as que alertam sobre a
transmissão de doenças. O assunto é tido como tabu, e quando uma pessoa é
encaminhada ao sistema de saúde público por tentativa de suicídio ela é
liberada após se recuperar. Um em cada quatro pacientes tenta se matar outra
vez em menos de um ano.
Um a ação eficiente que pode ser tomada mesmo em cidades pequenas como
Biritinga é nos casos de tentativa de suicídio, e também das famílias que
sofrem por perdas, é o acompanhamento de psicólogos e assistentes sociais, equipe do NASF, por
meio de telefonemas e principalmente visitas domiciliares. Assim como também uma maior atenção dos familiares com o
paciente, não deixar objetos de risco, medicamentos e armas de fogo de fácil
acesso, observar o comportamento e estar sempre em conversa, ocupando-o com
atividades que possa distraí-lo. Além de uma orientação/capacitação as equipes
de saúde dos PSFs e Hospital de como lidar com essas situações.