quarta-feira, 21 de março de 2018

Os Desafios da Juventude Negra no Estado da Bahia.

Como o dia 21/03 é considerado o dia internacional contra a discriminação racial vamos falar da juventude negra? Para onde vai à juventude negra no Estado da Bahia? Um dos estados brasileiros considerado como o berço da cultura e dos valores africanos, a Bahia, tem revelado enormes contradições! 

O respeito, a valorização da vida e da cultura tem apenas uma só cor. Pretos e pardos, geralmente, se concentram em regiões periféricas, ou precárias, recebem os piores salários, tem o menor acesso aos cargos de direção/chefia, a educação e a níveis de escolaridade mais elevados; estão em maior número nos presídios e cadeias, cumprindo medidas socioeducativas e lideram os índices de morte por assassinato. São vítimas preferenciais, marcadas desde o nascimento pela cor, gênero, idade e território.

A cor/”raça”/etnia determina, em nosso país, o acesso a cultura, a educação, ao trabalho e renda, a segurança etc. É possível perceber, portanto, o processo de segregação racial.
A Bahia, depois do estado do Pará, ocupa o segundo lugar no ranking nacional com 76,3% autodeclarados pretos e pardos. O estado está na sexta posição em homicídios contra negros em todo o país, com um percentual de 47,3 para cada cem mil pessoas, enquanto entre os não negros esse índice é de 11,3 para cem mil!

Como continuar nos recusando a enxergar essa dura realidade?
 Em tempos de discussão da redução da maioridade penal, precisamos considerar esses fatos. Precisamos abrir nossos olhos para ver além do que vem apregoando a grande mídia aliada a deputados e senador
es sensacionalistas, descomprometidos e desconhecedores da luta pelos direitos da criança e do adolescente que defendem a redução da maioridade penal.

A Bahia precisa definir, através de políticas públicas efetivas, para onde deseja que vá a sua juventude negra, de maneira a preservar a própria sobrevivência da cultura de um povo, de um estado.

Dados e informações: Prof. Dr. Reginaldo de Souza Silva, coordenador do Núcleo de Estudos da Criança e do Adolescente – NECA/UESB, Profa. Dra Leila Pio Mororó – NEFOP/PPGEd-UESB. Dados do IBGE.





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