Fá faz um
certo tempo que é considerada a ideia de que as pessoas que ocasionalmente
fumam maconha podem, em breve, se tornarem viciadas. Agora, os cientistas afirmam ter
chegado ao real motivo dessa questão. Segundo eles, a Cannabis
sativa, a longo
prazo, perturba determinados circuitos cerebrais, desencadeando desejos e
dependências. Essa constatação foi feita a partir de um estudo que mostrou que
parte do cérebro associada a recompensa, acendeu-se quando pessoas olhavam para
imagens da droga ou itens associados. Segundo os pesquisadores, essa ideia
marca a diferença entre usuários ocasionais e dependentes.
Foto: Reprodução / Wikipédia |
Ainda
ilegal no Brasil, nos Estados Unidos ela é permitida em 25 estados, para fins
recreativos ou medicinais. Apesar do crescente número de usuários, muitos
cientistas consideravam que as evidências de vício por parte da maconha ainda
eram escassas. Logo, em estudos recentes, pesquisadores sugeriram que ela pode
impactar um circuito cerebral, conhecido como sistema de recompensa
mesocorticolímbico, provocando desejos. Esse sistema controla uma outra região
do cérebro que libera a dopamina – uma substância química associada ao prazer.
Para investigar a relação da maconha com
danos ao sistema cerebral, os pesquisadores reuniram 59 adultos usuários e um
grupo de 70 pessoas que não faziam uso da droga. À ambos os grupos eram
mostradas imagens da maconha e itens relacionados. Em seguida, eram mostradas
fotos de frutas que eles disseram gostar, tal como, banana, maçã, uvas ou
laranjas. A equipe também recolheu um questionário a respeito do uso da droga e
se acreditava que estavam sofrendo problemas em razão a isso. Muitos dos
usuários afirmaram sofrer problemas familiares e de relacionamento.
Logo,
os pesquisadores descobriram que, em média, as pessoas que usaram maconha
tinham feito isso por pelo menos 12 anos. Usando exames de ressonância
cerebral, eles descobriram que quando mostradas as imagens relacionadas a
droga, como esperado, o circuito de recompensa do cérebro ficou ativo. Este não
era o caso quando olhavam para as frutas. Para os não-usuários, isso acontecia
exatamente ao contrário: as frutas estimulavam o circuito.
“Descobrimos que esta perturbação do
sistema de recompensa se correlaciona com o número de problemas, como questões
familiares, que os indivíduos têm por causa do uso de maconha”, disse a pesquisadora Dra. Francesca
Filbey, da Escola de Ciência e Comportamento do Cérebro, da Universidade do
Texas, em Dallas, EUA. “O uso contínuo, apesar desses problemas,
é um indicador de dependência”, salientou.
A
pesquisa foi financiada pelo Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas e
publicado na revista Human Brain Mapping.
Fonte:http://www.jornalciencia.com/maconha-vicia-e-gera-prejuizos-permanentes-no-cerebro-diz-novo-estudo/
Autora do artigo, formada em jornalismo, Merelyn Cerqueira
(@_merelyn no twitter) ajudou na criação do projeto de jornalismo independente
Vida de cão (VDC), que aborda temas de interesse político e social, além de
colaborar como redatora para um blog de jornalismo esportivo, como colunista de
futebol americano.
Apesar de ter considerado diversas outras formações (no campo da
moda, economia, política, esportes, cultura e ciência), escolheu a profissão
que lhe permitiria falar sobre todas elas.
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