Cléo Santana foi a terceira convidada para ficar DE FRENTE comigo. Uma das primeiras transexuais de Biritinga-Ba, ex graduanda em Biologia e atual estudante do curso de Pedagogia, timidamente ela começou a abrir seu coração ao relatar momentos de preconceitos que enfrentou no trabalho, na universidade e na rua.
A live aconteceu em 19 de agosto de
2020, iniciamos com a música de Joelma (Voando pro Pará), ela vem passando por
um processo de transformação corporal, já fez a mudança de nome, nosso tema
principal foi Transexualidade: o desafio de ser você mesma.
“Desde de criança
sempre me sentir feminina, nunca me enxerguei como menino, me achava estranha
quando brincava com outros meninos. Em 2014 comecei a seguir minha transição,
me aceitar de verdade quem eu sou.” Falou Cléo, que continuou relatando sobre a importância
do respeito, pois para ela ninguém
precisa nos aceitar, a pessoa tem que nos respeitar, o respeito vem em primeiro
lugar em todos sentidos.
Desabafou
sobre a vivencia na casa dos universitários na cidade de Alagoinhas, mesmo
sentindo um certo impacto, ela afirma que foi muito bem acolhida por todos, mas
no trabalho enfrentou momentos de extrema homofobia:
“No colégio eu estava no banheiro com uma
colega e a moça da secretaria entrou e falou, banheiro de menina, no momento eu
não entendi e ela repetiu novamente, e eu respondi você está falando comigo? E ela
insistiu dizendo que era banheiro de menina. Eu falei que eu era trans e não usar
o banheiro masculino, e questionei que ela estava sendo preconceituosa, ela
envergonhada me pediu desculpas. Outro exemplo foi em um curso que eu fiz e o
professor perguntou meu nome, quando eu respondi Cléo ele disse que Cléo não
era nome de ninguém, eu afirmei que meu nome era Cléo, ele veio ate perto de
mim olhou meu crachá que estava escrito Cléo, mesmo assim eu fui até a diretoria
e comuniquei, depois ele veio e pediu desculpas. Então a gente tem que se impor
nestes momentos, a gente não pode se calar nunca, porque temos que dar espaço
pra quem vem atrás, se a gente se cala estas pessoas irão fazer isso com outra
e outras que estão vindo por aí, a história vai se repetir.”
Cléo disse sentir- se incomodada com as
ofensas na rua, mas não revida, acha que é coisa de gente sem conhecimento, durante
a live era visível o carinho dos seguidores ao interagir e fazer perguntas a
Cléo, foi um momento de socialização e aprendizado, falamos sobre nudes,
casamento e conquistas sociais (confere a live completa no IGTV e no canal do
YouTube Adailton de Cerqueira) ela deixou uma mensagem de mais empatia e respeito
ao próximo.
Cléo e sua mãe. |
Com a cantora paraense, Joelma. |
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