Advogada e pastora evangélica, ela assumiu na
última quarta-feira (2) o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Na
cerimônia de posse, Damares disse que no novo governo "menina será
princesa e menino, príncipe".
Reprodução: Instagram |
Damares Alves, advogada e pastora evangélica, que foi nomeada
por Jair Bolsonaro para o recém-criado Ministério da Mulher, Família e Direitos
Humanos, gerou polêmica nas redes sociais ao falar de ideologia de gênero nesta
quarta-feira (2), ao assumir a pasta. Na cerimônia de posse, ela afirmou:
"Neste governo, menina será princesa e menino será príncipe. Ninguém vai
nos impedir de chamar as meninas de princesa e os meninos de príncipe. Vamos acabar
com o abuso da doutrinação ideológica".
Em outro vídeo, que circulou nas redes sociais na mesma data,
ela disse que o Brasil está em uma "nova era", em que "menino
veste azul e menina veste rosa".
POR QUE É POLÊMICO?
Na contramão do que diferentes especialistas, como antropólogos, sociólogos, educadores, psicólogos, pedagogos, entre outros, têm dito, escrito e pesquisado ao longo dos últimos anos sobre esse assunto, as declarações levantaram a polêmica na internet.
É
cada vez mais comum (e libertador também!) ver crianças usando as roupas que
quiserem e brincando do que quiserem também. Ao contrário do que muitos
insistem em dizer, não é um "modismo" e sim um reflexo das mudanças
na sociedade.
Hoje, mulheres usam calças, dirigem e votam. Homens cozinham, se
preocupam com a aparência e estão cada vez mais envolvidos nos cuidados
com os filhos. Nesse contexto, não dá para esperar que que as barreiras que
definem o que é ser homem e o que é ser mulher permaneçam intactas. "Por
mais que haja um esforço constante da sociedade em estabelecer o que é feminino
e masculino, na realidade, há situações em que as fronteiras entre ser homem e
ser mulher não estão definidas", afirma a antropóloga Michele Escoura,
coautora do livro Diferentes,
não desiguais - A questão de gênero na escola (Editora
Reviravolta).
Especialmente no caso das
crianças, que estão em pleno processo de formação de identidade, o conflito
entre o que (ainda) é socialmente esperado de seu comportamento de acordo com o
sexo e a manifestação de seus desejos e preferências traz a discussão à tona.
Afinal, até que ponto o sexo com o qual nascemos influencia nosso comportamento
e gostos? O que é provido pela biologia e o que faz parte da personalidade de cada um? E mais importante: como agir
quando as preferências do seu filho não correspondem às expectativas sociais?
Não há como ignorar a questão do gênero quando se fala em educação. Até porque,
ele começa a ter um papel definitivo na formação da identidade do seu filho
mesmo antes de ele nascer.
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