sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Em vídeo, ministra Damares Alves diz que "menino veste azul e menina veste rosa" e gera polêmica (e memes!).



Advogada e pastora evangélica, ela assumiu na última quarta-feira (2) o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos. Na cerimônia de posse, Damares disse que no novo governo "menina será princesa e menino, príncipe".

Reprodução: Instagram
Damares Alves, advogada e pastora evangélica, que foi nomeada por Jair Bolsonaro para o recém-criado Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, gerou polêmica nas redes sociais ao falar de ideologia de gênero nesta quarta-feira (2), ao assumir a pasta. Na cerimônia de posse, ela afirmou: "Neste governo, menina será princesa e menino será príncipe. Ninguém vai nos impedir de chamar as meninas de princesa e os meninos de príncipe. Vamos acabar com o abuso da doutrinação ideológica". 
Em outro vídeo, que circulou nas redes sociais na mesma data, ela disse que o Brasil está em uma "nova era", em que "menino veste azul e menina veste rosa".


POR QUE É POLÊMICO?

Na contramão do que diferentes especialistas, como antropólogos, sociólogos, educadores, psicólogos, pedagogos, entre outros, têm dito, escrito e pesquisado ao longo dos últimos anos sobre esse assunto, as declarações levantaram a polêmica na internet.
É cada vez mais comum (e libertador também!) ver crianças usando as roupas que quiserem e brincando do que quiserem também. Ao contrário do que muitos insistem em dizer, não é um "modismo" e sim um reflexo das mudanças na sociedade.

 Hoje, mulheres usam calças, dirigem e votam. Homens cozinham, se preocupam com a aparência e estão cada vez mais envolvidos nos cuidados com os filhos. Nesse contexto, não dá para esperar que que as barreiras que definem o que é ser homem e o que é ser mulher permaneçam intactas. "Por mais que haja um esforço constante da sociedade em estabelecer o que é feminino e masculino, na realidade, há situações em que as fronteiras entre ser homem e ser mulher não estão definidas", afirma a antropóloga Michele Escoura, coautora do livro Diferentes, não desiguais - A questão de gênero na escola (Editora Reviravolta). 

Especialmente no caso das crianças, que estão em pleno processo de formação de identidade, o conflito entre o que (ainda) é socialmente esperado de seu comportamento de acordo com o sexo e a manifestação de seus desejos e preferências traz a discussão à tona. Afinal, até que ponto o sexo com o qual nascemos influencia nosso comportamento e gostos? O que é provido pela biologia e o que faz parte da personalidade de cada um? E mais importante: como agir quando as preferências do seu filho não correspondem às expectativas sociais? Não há como ignorar a questão do gênero quando se fala em educação. Até porque, ele começa a ter um papel definitivo na formação da identidade do seu filho mesmo antes de ele nascer.
 Redação ADC
ada-cerqueira@hotmail.com


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