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Arquivo Pessoal. |
"Sei que este meu texto enorme não será lido por muitos, mas os poucos que o lerem entenderão a mensagem.
O grande
embate político contemporâneo se resume na seguinte questão: se ainda há
democracia no Brasil, ela pode conviver com um ultraliberalismo populista,
moralista e autoritário a partir da eleição e da posse do nosso atual presidente Jair Bolsonaro. Momento este que vem
sendo um desafio para todos brasileiros, estamos “engolindo” um presidente sem
ética, sem humanidade e extremamente radical.
Mas
o foco aqui é a política municipal.
Vários
grupos estão no centro da disputa política e econômica em Biritinga.
Articulam-se partidos políticos identificados como grupos de oposição, situação
e até mesmo aqueles que estão apenas se unindo para esperar e ver qual lado se
fortalecerá.
Uma
rápida visão histórica torna-se imprescindível nessa análise. Em sociedades
verdadeiramente democráticas, os governos estão a serviço dos interesses
públicos e coletivos, atuando para o provimento e a consolidação de políticas
públicas capazes de sanar os efeitos avassaladores de uma realidade negativa
que, cada vez mais, precede e domina a política em Biritinga, ao longo de seus
quase 58 anos de emancipação política.
Historicamente,
nossa Biritinga nunca foi uma cidade inteiramente democrática. O desemprego e a
fome - gerada por grupos políticos centralizadores, exclusão social, pela
escolha seletiva de trabalhadores, por uma elite de mentalidade escravocrata e
pelo patriarcalismo indutor de múltiplas formas de opressão - sempre impediu a
efetivação de direitos e oportunidades para todos, por um lado e, por outro,
desequilibra as disputas sociopolíticas à medida que a grande maioria do povo
era sistematicamente esmagada pelo grupo dominante e uma ordem social elitista
e preconceituosa.
Afinal algo
mudou de 1962 pra cá?
Eu seria
hipócrita em dizer que tudo se tornou um “mar de rosas”, pois as relações de
mando e obediência, características da hierarquização de uma política de
coronéis e fazendeiros faziam parte da política a poucos tempos atrás. E alguns
traços dessa velha política, estão presentes no cotidiano das famílias, das
igrejas, das relações de trabalho, nas escolas e em quase todos os espaços da
vida, a definir uma cidadania marcada por privilégios de uns pouco e uma
subcidadania - caracterizada pela não efetivação dos direitos - à maioria da
população.
Não estou aqui
em meu texto mencionando culpados e nem apontando gestões! Estou fazendo uma
análise reflexiva para que você eleitor biritinguense acompanhe o meu
raciocínio.
Levemos em
consideração que a criação e efetivação de direitos é recente, no Brasil. A
Constituição Federal de 1988 e os governos seguintes deram alguns passos
importantes para a construção de uma sociedade minimamente igualitária e justa,
e a nível municipal temos sim gestões que trouxeram o desenvolvimento à nossa
cidade!
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Prefeitura Municipal. |
Mas tudo isso
ainda é pouco. Pouco para um município que vem crescendo com o passar dos
tempos, pouco para um munícipio agrícola e rico, um município misto, que hoje
temos em sua diversidade idosos, jovens, adolescentes e o público esquecido- os
LGBT (lésbicas, gay,
bissexuais, travestis e transexuais), não temos como avançar ignorando
os novos cidadãos que temos na cidade.
Os
eleitores biritinguenses de 30 anos atrás não é o mesmo de hoje! As necessidades não são
as mesmas. Em pleno século XXI (21), ano de 2020 não cabe mais os votos de
cabrestos, não se deve admitir mais o “votar por um saco de cimento”; os
famosos votos por favores, favores estes que são na verdade direitos do povo.
Esse novo
eleitorado tem informação, conhece as Leis, decide quem fica e quem sai do
poder, esse novo eleitor aprendeu e precisa aprender mais ainda a votar, votar
para mudar ou manter o que deu certo. E se ousar a procurar representantes de
seus grupos, representantes que lutem pela causa e não simplesmente ver o cargo
de vereador ou prefeito como um emprego.
Precisamos
aprender a votar em quem defende a causa e milita na causa. Citarei um exemplo
para ser mais realista: Para defender professores é preciso que seja eleito um
vereador ou vereadora professor(a), para que defenda a causa LGBT seria
necessário elegermos alguém do meio gay. Já está mais que provado que eleger
qualquer um porque tem beleza ou dinheiro não significa que teremos um bom
representante.
Não cabe mais ser
eleito para apenas dar um “remedinho” que até mesmo deveria ter/ ou tem na
farmácia básica do hospital local, está na hora dos jovens serem
conscientizados e conscientizar os demais a APRENDER A VOTAR! O título de
eleitor que hoje já virou a biométria, tudo digital, é sim uma arma poderosa,
porém ainda mau manuseada. Infelizmente o eleitor biritinguense ainda não aprendeu a votar!
Biritinga
precisa de verdadeiros representantes na Câmara Municipal de Vereadores, que
criem e defendam movimentos significativos, e com estas lutas políticas
emancipatórias, cujos programas foquem na continuidade do processo de
construção de uma sociedade mais democrática, inclusiva e igualitária, cujo
marco histórico deve ser baseada na Constituição Federal de 1988. E esta Constituição não deve ser esquecida e nem violada.
Chegou
a hora! Chegou os preparativos iniciais para as eleições municipais de 2020.
Proponho que você eleitor, assim como eu, repense suas teorias, faça uma
reflexão profunda de todos os votos que você já confiou, e em quem você
confiou... e então vá estudando cada situação para tomar a decisão correta. Mas
se errar, não tenha medo de em 2024 mudar de novo.
E esperaremos assim os próximos capítulos na política de
Biritinga-BA.
Um forte abraço de Adailton de Cerqueira, esse que vos fala com
propriedade e que produz conteúdo e ajuda na construção de opiniões e não em críticas
destrutivas."
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Praça 23 de Abril. |
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Praça do Champrão-Fonte. |
Redação: Blog Adailton de Cerqueira
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