segunda-feira, 6 de abril de 2020

Uma breve reflexão da política e das eleições municipais 2020 em Biritinga-BA.



Arquivo Pessoal.

"Sei que este meu texto enorme não será lido por muitos, mas os poucos que o lerem entenderão a mensagem.

O grande embate político contemporâneo se resume na seguinte questão: se ainda há democracia no Brasil, ela pode conviver com um ultraliberalismo populista, moralista e autoritário a partir da eleição e da posse do nosso atual presidente Jair Bolsonaro. Momento este que vem sendo um desafio para todos brasileiros, estamos “engolindo” um presidente sem ética, sem humanidade e extremamente radical.

Mas o foco aqui é a política municipal.
Vários grupos estão no centro da disputa política e econômica em Biritinga. Articulam-se partidos políticos identificados como grupos de oposição, situação e até mesmo aqueles que estão apenas se unindo para esperar e ver qual lado se fortalecerá.

Uma rápida visão histórica torna-se imprescindível nessa análise. Em sociedades verdadeiramente democráticas, os governos estão a serviço dos interesses públicos e coletivos, atuando para o provimento e a consolidação de políticas públicas capazes de sanar os efeitos avassaladores de uma realidade negativa que, cada vez mais, precede e domina a política em Biritinga, ao longo de seus quase 58 anos de emancipação política.

Historicamente, nossa Biritinga nunca foi uma cidade inteiramente democrática. O desemprego e a fome - gerada por grupos políticos centralizadores, exclusão social, pela escolha seletiva de trabalhadores, por uma elite de mentalidade escravocrata e pelo patriarcalismo indutor de múltiplas formas de opressão - sempre impediu a efetivação de direitos e oportunidades para todos, por um lado e, por outro, desequilibra as disputas sociopolíticas à medida que a grande maioria do povo era sistematicamente esmagada pelo grupo dominante e uma ordem social elitista e preconceituosa.

Afinal algo mudou de 1962 pra cá?  
Eu seria hipócrita em dizer que tudo se tornou um “mar de rosas”, pois as relações de mando e obediência, características da hierarquização de uma política de coronéis e fazendeiros faziam parte da política a poucos tempos atrás. E alguns traços dessa velha política, estão presentes no cotidiano das famílias, das igrejas, das relações de trabalho, nas escolas e em quase todos os espaços da vida, a definir uma cidadania marcada por privilégios de uns pouco e uma subcidadania - caracterizada pela não efetivação dos direitos - à maioria da população.

Não estou aqui em meu texto mencionando culpados e nem apontando gestões! Estou fazendo uma análise reflexiva para que você eleitor biritinguense acompanhe o meu raciocínio.

Levemos em consideração que a criação e efetivação de direitos é recente, no Brasil. A Constituição Federal de 1988 e os governos seguintes deram alguns passos importantes para a construção de uma sociedade minimamente igualitária e justa, e a nível municipal temos sim gestões que trouxeram o desenvolvimento à nossa cidade!

Prefeitura Municipal.
Mas tudo isso ainda é pouco. Pouco para um município que vem crescendo com o passar dos tempos, pouco para um munícipio agrícola e rico, um município misto, que hoje temos em sua diversidade idosos, jovens, adolescentes e o público esquecido- os LGBT (lésbicas, gay, bissexuais, travestis e transexuais), não temos como avançar ignorando os novos cidadãos que temos na cidade.

Os eleitores biritinguenses de 30 anos atrás não é o mesmo de hoje! As necessidades não são as mesmas. Em pleno século XXI (21), ano de 2020 não cabe mais os votos de cabrestos, não se deve admitir mais o “votar por um saco de cimento”; os famosos votos por favores, favores estes que são na verdade direitos do povo.

Esse novo eleitorado tem informação, conhece as Leis, decide quem fica e quem sai do poder, esse novo eleitor aprendeu e precisa aprender mais ainda a votar, votar para mudar ou manter o que deu certo. E se ousar a procurar representantes de seus grupos, representantes que lutem pela causa e não simplesmente ver o cargo de vereador ou prefeito como um emprego.

Precisamos aprender a votar em quem defende a causa e milita na causa. Citarei um exemplo para ser mais realista: Para defender professores é preciso que seja eleito um vereador ou vereadora professor(a), para que defenda a causa LGBT seria necessário elegermos alguém do meio gay. Já está mais que provado que eleger qualquer um porque tem beleza ou dinheiro não significa que teremos um bom representante. 


Não cabe mais ser eleito para apenas dar um “remedinho” que até mesmo deveria ter/ ou tem na farmácia básica do hospital local, está na hora dos jovens serem conscientizados e conscientizar os demais a APRENDER A VOTAR! O título de eleitor que hoje já virou a biométria, tudo digital, é sim uma arma poderosa, porém ainda mau manuseada. Infelizmente o eleitor biritinguense ainda não aprendeu a votar!

Biritinga precisa de verdadeiros representantes na Câmara Municipal de Vereadores, que criem e defendam movimentos significativos, e com estas lutas políticas emancipatórias, cujos programas foquem na continuidade do processo de construção de uma sociedade mais democrática, inclusiva e igualitária, cujo marco histórico deve ser baseada na Constituição Federal de 1988. E esta Constituição não deve ser esquecida e nem violada.

Chegou a hora! Chegou os preparativos iniciais para as eleições municipais de 2020. Proponho que você eleitor, assim como eu, repense suas teorias, faça uma reflexão profunda de todos os votos que você já confiou, e em quem você confiou... e então vá estudando cada situação para tomar a decisão correta. Mas se errar, não tenha medo de em 2024 mudar de novo.
E esperaremos assim os próximos capítulos na política de Biritinga-BA.

Um forte abraço de Adailton de Cerqueira, esse que vos fala com propriedade e que produz conteúdo e ajuda na construção de opiniões e não em críticas destrutivas."


Praça 23 de Abril.

Praça do Champrão-Fonte.



 Redação: Blog Adailton de Cerqueira
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