Segundo o
levantamento, dos dez estados com o maior índice de famílias vivendo em
situação de miséria no Brasil, oito ficam no Nordeste.
A Bahia é
o estado em que a miséria teve o crescimento mais rápido nos últimos quatro
anos. De acordo com um levantamento feito pela consultoria Tendências,
divulgado pelo Valor Econômico, a proporção de famílias dobrou em quatro anos,
de 4,8% em 2014 para 9,8% em 2017. Com isso, o estado, que tem a maior
população do Nordeste e a quarta maior do país, pulou da 12ª para a terceira
posição no ranking.
De acordo
com o Relatório de Informações sociais do governo federal, na Bahia, 2.983.015
famílias estavam inscritas no Cadastro Único do Bolsa Família em agosto de
2018. Desse total, 1.801.185 delas tem renda per capita familiar de até R$
85.
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Em todo o Brasil, a extrema pobreza cresceu durante a
crise. Porém, foi na região Nordeste que essa piora foi mais intensa. Além da
Bahia, estados como Piauí e Sergipe viram dobrar ou quase dobrar o número de
famílias vivendo na miséria. Na região Norte, o Acre foi o estado que teve a
piora mais rápida nesses quatro anos.
Os
dados, divulgado pelo Valor Econômico, apontam que das 27 unidades da
federação, 25 tiveram piora da miséria entre 2014 e 2017. Desse número, nove
estados atingiram um nível recorde no ano passado. A média nacional de pobreza
extrema avançou de 3,2% em 2014 para 4,8% em 2017, maior patamar em pelo menos
sete anos, conforme a pesquisa.
Dos
dez estados com o maior índice de famílias vivendo em situação de miséria no
Brasil, oito ficam no Nordeste. O critério de extrema pobreza utilizado pela
consultoria considerou famílias com renda domiciliar per capita abaixo de R$ 85
no ano passado. Ele foi baseado no Plano Brasil Sem Miséria, definido por
decreto em 2016 - referência do Bolsa Família.
Outra
coincidência da pesquisa apontada pelo Valor Econômico é que, dos dez estados
com maior piora, sete tiveram o candidato do PT, Fernando Haddad, como líder de
votos válidos no primeiro turno da corrida presidencial. Dois tiveram liderança
de Jair Bolsonaro (PSL), no Norte. E o Ceará votou em Ciro Gomes (PDT).
O líder do ranking é o Maranhão e essa posição segue a há pelo menos sete anos,
início do levantamento. Do total de famílias maranhenses, 12,2% viviam com
menos do que R$ 85 por pessoa no ano passado. Quatro anos antes, o indicador
era de 8,7%.
Além
do Maranhão e da Bahia, Sergipe, chamou atenção por ter também mais do que
dobrado o percentual de famílias vivendo na pobreza extrema, de 4,1% em 2014
para 8,9% no ano passado, saltando da 13ª para a sexta posição do ranking.
Haddad liderou a votação nesses três Estados nordestinos, com mais de 50% dos
votos válidos.
Para
o diretor da Tendência, Adriano Pitoli, em entrevista ao Valor Econômico, o
crescimento da pobreza no Nordeste tem a ver com as particularidades da região
e com a crise econômica do país, que afetou o emprego especialmente de setores
com mão de obra de menor qualificação.
Fonte: www.correio24horas.com.br
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