segunda-feira, 8 de outubro de 2018

ELEIÇÕES 2018: Entre modinhas e afrontas’ o ódio foi espalhado e os preconceitos saíram do armário.


Já que ontem (domingo 07/10) os brasileiros foram às urnas, hoje eu Adailton de Cerqueira resolvi me posicionar. Uns foram exercer a sua cidadania e outros foram exercer seus preconceitos. O resultado eleitoral mostrou não apenas um quantitativo de votos válidos e sim a verdadeira face do racismo, machismo, homofobia, e todos os tipos de intolerância e preconceitos.


Os votantes de Bolsonaro demonstram organização e estratégia política, enquanto que os demais focaram em hashtags e afrontas’, focaram em apenas um partido, um candidato e esqueceram de orientar o povo sobre o fascismo, sobre os riscos da possível volta do regime militar... Ao invés de fazer uma campanha de orientação as pessoas caíram na modinha das redes sociais, na disputa de quem tem mais seguidores no Instagram, de quem atinge o maior número de inscritos em um canal de Youtube se aproveitando do momento político. E de causar inimizades, eu mesmo sofri isso n apele, mas deixa esse tema para outro momento.

E assim ficou percebível que independente de partido político só os nordestinos deram a resposta correta, sabe por quê?
Porque só a gente sabe o que é passar fome, só nós do Nordeste sabemos o que é ter sede, sede de água, sede de respeito, sede de conquistar os sonhos e pra isso ‘botam sim a cara no sol, levam nas mãos os calos do cabo da enxada, carregam no rosto as manchas do sol árduo, uma gente que sentiu e sente fome sim, mas que não precisa roubar para saciar seus mínimos luxos; preferem arregaçar as mangas e trabalhar. É essa ‘gentinha’ que muitos estão nas redes sócias xingando e difamando que não tem medo de enfrentar os problemas do cotidiano, somos nós que sabemos respeitar e amar nosso próximo!

Mas agora tenho que falar de algo que observei atentamente: Lideres religiosos, negros, mulheres, gays e pessoas que se diziam meus amigos, que se demonstravam indivíduos sem preconceitos (risos), mas estavam e estão fazendo campanha para o candidato Jair Bolsonaro (nem preciso falar sobre o que prega este político). Surpreendente né! Pois ontem mesmo fui abordado por uma moça acompanhada por mais três jovens (todos evangélicos) ambos estavam fazendo boca de urna e tiveram a ousadia de me pedir para votar no 17!! Eu respondi educadamente que já havia votado e sorrir para eles e seguir meu caminho. Agora pense comigo: O que leva um líder religioso que diz pregar o amor ao próximo, que sai nas ruas distribuindo panfletos e dizendo a frase- “Jesus te ama”, e quer eleger um candidato que faz totalmente o inverso do que Cristo Jesus pregou na terra? Respeito a liberdade escolha de todos, mas me poupe, se poupe e nos poupe, por favor!!

Vou concluir minha opinião, pois se for escrever mais vocês leitores/seguidores iriam passar o dia lendo (risos). Concluo afirmando que a preocupação não é a democracia e sim a queda de partidos a manifestação de ódio e a vingança da classe opressora em cima da classe oprimida, hoje sei quem são meus verdadeiros amigos, sei quem realmente não gosta de mim porque sou negro, pobre, nordestino e gay, hoje não acredito mais em falsos discursos. Enfim vamos continuar lutando pelo bem comum, pelo respeito, pelo amor e possamos aprender que política e religião é questão de opinião individual por isso temos que respeitar o outro sempre.

Opinião de Adailton de Cerqueira: Professor, blogueiro, vice presidente do CMDCA e militante sociocultural.

Obs: Paulo Freire (1987, livro Pedagogia do Oprimido p. 16) discute o processo de desumanização causada pelo opressor a seus oprimidos “[...] desumanização, que não se verifica apenas nos que têm sua humanidade roubada, mas também, ainda que de forma diferente, nos que a roubam, é distorção da vocação do ser mais”. Freire relata que a forma de imposição que o opressor envolve o oprimido faz com estes “sejam menos”, ou seja, vejam-se em condições onde ele precise do seu usurpador. Desenvolve tal discussão em torno da oposição entre humanização e desumanização e de luta para recuperar a humanidade dos oprimidos.


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