Mulheres deitam no chão durante protesto contra o feminicídio no dia 30 de outubro em Santiago, no Chile — Foto: Ivan Alvarado/Reuters |
Um total de 87 mil mulheres foram vítimas de feminicídio em 2017,
segundo um relatório publicado neste domingo pelas Nações Unidas. Mais da
metade delas (58%), cerca de 50 mil, foram assassinadas por conhecidos -- seus
companheiros, ex-maridos ou familiares. Isso significa 6 feminicídios cometidos
por conhecidos a cada hora.
"No mundo todo, em países ricos e pobres, em regiões desenvolvidas
e em desenvolvimento, um total de 50 mil mulheres são assassinadas todo ano por
companheiros atuais ou passados, pais, irmãos, mulheres, irmãs e outros
parentes, devido ao seu papel e a sua condição de mulheres", denuncia o
relatório.
O documento, elaborado pelo Escritório das Nações Unidas contra a Droga
e o Crime (Onudd), indica que os assassinatos de mulheres por parte dos seus
companheiros faz com que o lar seja o "lugar mais perigoso para as
mulheres" e "é frequentemente a culminação de uma violência de longa
duração e pode ser prevenida".
Em termos de distribuição geográfica, a África e as Américas são as
regiões em que há mais risco de as mulheres serem assassinadas por companheiros
e familiares.
Na África, o índice é de 3,1 vítimas a cada 100 mil mulheres. Nas
Américas, o número cai para 1,6 vítima. A Oceania acompanha o índice mundial,
de 1,3 mulher vítima de feminicídio por conhecidos a cada 100 mil.
Os índices mais baixos estão na Ásia, com 0,9 a cada 100 mil, e na
Europa, 0,7 a cada 100 mil.
"As mulheres continuam pagando o mais alto preço como resultado dos
estereótipos de gênero e desigualdade", afirma o documento
"Assassinato de gênero de mulheres e meninas".
A ONU considera que um "aspecto crucial" para enfrentar o
problema é envolver os homens na luta contra o feminicídio e "desenvolver
normas culturais que se afastem da masculinidade violenta e dos estereótipos de
gênero".
Entre outros assuntos, se menciona como uma boa política de prevenção a
"educação precoce de meninos e meninas, que promova a igualdade de gênero
e ajude a quebrar os efeitos negativos dos papéis de gêneros
estereotipados".
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